sábado, 29 de janeiro de 2011

a familia do dependente quimico:relação indivíduo-família-droga

“A família do dependente químico: relação indivíduo-família-droga”

É comum o uso de drogas tidas como lícitas, e portanto, socialmente aceitas, na rotina de nossas famílias. Por exemplo, o álcool, nas famílias muitos bebem, uns mais outros menos, mas não se acredita que algum dia alguém poderá vir a ter problemas com esse consumo social. O mesmo ocorre com o tabaco e algumas medicações: eles se fazem presentes como substâncias inofensivas, os adultos as usam, os jovens poderão vir a acontecer, no futuro, um uso abusivo, que a finalidade de vida dos indivíduos que dela fazem parte, e a relação desses entre si, possa a vir a se comprometer.
O medo de nossas famílias centra-se nas drogas ilícitas, entre outras a maconha, a cocaína e o crack, mas mas essas elas não acreditam que um dia possam romper a barreira de proteção construída pela família, e passem a fazer parte da rotina de vida de um de seus membros. Segundo Eduardo Kalina(psiquiatra), toda dependência tem sua fonte inspiradora na família ou no meio social imediato e/ ou mediato.
Durante um período indeterminado, a família poderá conviver com o indivíduo e seu consumo dito social, uma vez que parece existir um tempo de latência entre o momento em que o indivíduo, por exemplo, um adolescente, experimenta a droga, evolui no consumo e passa a abusar, e a descoberta pela família.
Eduardo Kalina observa que a família vive uma “negação maníaca”, uma “cegueira”, “não vê”, faz vista grossa às condutas auto e heterodestrutivas do filho, dos quais são os indutores, aborrecendo-se quando alguém tenta romper essa negação maníaca, informando-a do que está acontecendo com seu filho. Segundo o autor, isso ocorre porque o filho adicto, cuja mãe é uma pessoa depressiva, seja de forma manifesta ou mascarada, o pai uma figura ausente, que não assume a responsabilidade que lhe cabe, cumpre um “pacto criminoso” do qual participam ele, a família e a sociedade. O adicto também nega, nega olhar para si mesmo, nega que esteja se destruindo.
A revelação de que o indivíduo está usando drogas raramente é feita por ele próprio, pode acontecer por iniciativa de um terceiro, de um ato falho por parte do próprio usuário, que esquece a droga em lugar visível, de fácil acesso, ou de uma situação extrema, como envolvimento com a polícia. A partir dessa revelação estamos diante de uma família em crise. Em geral, a família só faz perguntas quando a crise estoura, pois até então considerava que tudo estava bem, só que há muito o indivíduo poderia estar dizendo, através de mudanças sutis de comportamento que as coisas não estão bem com ele.
Tratando-se de adolescentes, os pais podem considerar essas mudanças de comportamento pertinentes ao momento da adolescência, e nunca conseqüência de um uso abusivo de drogas. Há pais que confundem crise de adolescência com sintomas do uso de drogas.
A família sofre frente à revelação da toxocomania e na maioria das vezes sente-se culpada. Os pais sentem-se frustrados, impotentes para agir. Não sabem como e onde procurar ajuda para eles próprios e para o filho; por ignorar os recursos terapêuticos, desejam encontrar uma cura mágica que tire o indivíduo das drogas e elimine a tensão familiar.
Sabe-se que a toxicomania não se instala de repente, que não existe uma cura mágica, que não só o indivíduo precisará de tratamento, mas toda a família, já que o grupo familiar encontra-se incluído no complexo problema da dependência química, uma vez que a família é o contexto mais próximo do indivíduo. Portanto, este transtorno não está localizado apenas nele, o paciente identificado.
(texto estraido do livro:Drogas e Álcool:prevenção e tratamento :FBCT)

O Amor-Exigente está aí para te apoiar! Venha conhecer e fazer parte desta grande família.